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Morte Vindoura, a cultura popular pede socorro

No inicio da noite de sábado, acontece o final dos festejos. Uma das partes finais consiste na queima do Judas, e antes da queima é dita a “herança” que o Judas deixou. Essa herança consiste em fazer um inventário para ser apenas falado antes da queima. O nome de algum dos moradores é citado e a herança “dada” de acordo com a pessoa.

O outro evento consiste em um tronco de árvore que é lixado e envolto ao mesmo é passado sebo bovino, dessa forma deixando o tronco extremamente liso. O tronco é colocado de forma vertical, e na ponta dele é deixada uma recompensa para quem conseguir chegar até o topo.

Depois desses eventos, termina o folclore nesse período. A cidade começa a se prepara para rotina, não esquecendo as alegrias e diversão que a cultura popular proporciona.

Tal qual citado acima, os eventos constituem o período de maior manifestação folclórica na cidade. Entretanto, esse ano foi um caso à parte. O movimento popular que é a maior tradição da cidade sofreu sérios ferimentos.

Já na noite da alvorada, foi introduzido um carro de som, o que foi de grande desgosto para quem aprecia de verdade os festejos. No sábado a tarde, além de novamente o carro de som está à frente do grupo dos Caretas, foi colocada também uma faixa com “frase de efeito”, mudanças que só atestam o quanto as pessoas podem piorar o que não tem necessidade de ser alterado. Como se não bastasse, o grupo de Caretas que sempre foi livre pra sujar quem estivesse na rua na hora da manifestação, agora está dentro de cordas, denotando blocos de carnavais. Não seria exagero dizer que sofremos o “enquadramento da cultura popular”.

Já a noite, quando chegada a hora da queima do Judas e do pau de sebo, outra novidade. Nunca ouve registros da quebra da tradição. Mas nesse ano, o pau de sebo não foi colocado. Mesmo tendo sido retirado da mata e preparado, não aconteceu o evento. Segundo relatos, a Prefeitura Municipal de São Miguel do Aleixo, não concedeu o valor da premiação que foi solicitado. As informações apontam que foi solicitado R$:200,00 reais para premiação, entretanto a prefeitura que conta com uma secretaria de cultura, teria oferecido a mixaria de R$:50,00 reais.

O valor de R$:200,00 é irrisório quando pensamos no benefício e tradição do evento. Por tal quantia, a tradição de décadas foi quebrada e a cidade hoje chora por suas tradições não serem respeitadas.

Por Edivan Santtos
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