IFS desenvolve projeto de extrativismo sustentável
Inserido numa área de mais de 800 hectares, o Instituto Federal de Sergipe (IFS) – Campus São Cristóvão possibilita inúmeros trabalhos de pesquisa relacionados ao meio ambiente. Recentemente, um estudo ecológico da população de dendezeiros para extrativismo sustentável e ações ambientais, desenvolvido por professores do campus, destacou-se pelo pioneirismo.
A pesquisa é resultado da parceria realizada entre o IFS e os Departamentos de Biologia e Química da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e será concluída no final do ano. Segundo o professor do IFS Francisco Nogueira, responsável pela iniciativa, o trabalho de dendrocronologia faz parte da primeira cronologia desenvolvida no mundo, dentro da região Nordeste, sendo uma extensão da sua dissertação de mestrado.
A dendrocronologia é a ciência que estuda, por meio de análise e interpretação, o crescimento anual dos anéis das árvores. A partir dessas informações, é possível estabelecer a idade da planta, com base nos padrões dos anéis em seu tronco e possíveis interações climáticas. “A atividade potencializará diversos estudos nos campos da química, biologia, agroecologia e meio ambiente”, explica Francisco.
Devido ao pioneirismo do trabalho, o professor foi convidado a participar do curso de dendrocronologia da pós-graduação da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (ESALQ) da Universidade de São Paulo. “Montamos a primeira cronologia de uma árvore localizada na região Nordeste (caatinga) na Serra dos Macacos, município de Tobias Barreto, e suas interações com o clima”, destaca.
Pesquisa
A atividade de pesquisa teve início no dia 17 de agosto, com o objetivo de promover o levantamento ecológico da distribuição espacial da população de dendezeiros localizados no Campus São Cristóvão, além de executar um estudo da comunidade ecológica e suas relações com a influência ripária em relação à distribuição dos dendezeiros na área do instituto. “O trabalho possibilitará aos estudantes a vivência direta e real dos estudos científicos, bem como proporcionará a futura participação dos educandos em eventos de ciência”, afirma.
O dendezeiro, planta conhecida especialmente pelo seu fruto, o dendê, apresenta folhas que podem ser utilizadas em trabalhos manuais. “Pretendemos quantificar e viabilizar o extrativismo do óleo para fins sociais e de pesquisa, além de possibilitar a utilização da fibra para a construção de produtos artesanais, através da parceria com o programa Mulheres Mil”, declara.
Para Mônica Alixandrina, coordenadora de Pesquisa do Campus São Cristóvão, o estudo representa um nicho até então inexplorado pelos pesquisadores, que agregará conhecimentos a serem aplicados de forma multidisciplinar. “Estamos felizes com mais esse trabalho realizado no campus, pela dedicação do pesquisador Francisco e pela integração que ele promove junto aos alunos do curso de Agroecologia”, avalia.
Participam da pesquisa, além do pesquisador Francisco, os docentes do IFS José Dantas, Érica Moraes e Lindamar Oliveira, alunos do curso de Agroecologia, além de Adauto Ribeiro, Cláudio Lisi e Samízia Ribeiro, todos professores da UFS.
Dendrocronologia no IFS
Além do trabalho realizado junto aos dendezeiros, existe um estudo sobre o levantamento preliminar de potencial dendrocronológico e ecológico de espécies arbóreas presentes na Mata Atlântica localizada no Campus São Cristóvão. A primeira etapa da pesquisa será realizada em dezembro.
Também realizada em parceria com pesquisadores da UFS, o estudo propõe executar levantamentos dendrocronológicos, ecológicos e botânicos para fins de conservação e estudos climatológicos; identificação de espécies arbóreas-arbustivas potenciais para estudos de dendrocronologia; estabelecimento de cronologias de crescimento entre espécies arbóreas-arbustivas e variáveis de temperatura e precipitação; além de proporcionar inter-relações entre cronologias já existentes para o Nordeste e estabelecer estudos estatísticos em função das similaridades com as formuladas no Campus São Cristóvão.
Fonte: Ascom IFS
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