Greve afeta liberação de corpos e emissão de identidade
Os servidores se dirigiram ao posto de trabalho, mas as atividades ficaram comprometidas devido à paralisação de advertência ocorrida nos Institutos Médico Legal, Criminalística, de Identificação e de Pesquisa Forense. A paralisação, iniciada às 7h desta segunda-feira, 10, tem duração de 12h e, a partir das 19h, as atividades nos quatro institutos voltarão à normalidade, segundo anunciou o sindicalista Fábio Dantas, presidente em exercício do Sindicato dos Policiais e Servidores da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sinpol).
Logo no início da manhã, houve concentração de familiares no Instituto Médico Legal (IML) tentando a
liberação dos corpos. Os servidores, que estavam dispostos a não liberá-los, reavaliaram a manifestação e entenderam a necessidade de atender ao pleito das famílias para não prejudicá-los. Os corpos que já se encontravam no IML foram liberados, mas os que chegaram após as 7h só serão liberados a partir das 19h desta segunda-feira, conforme advertiu o presidente em exercício do Sinpol.
Na Instituto de Identificação, as atividades ficaram totalmente suspensas e os portões ficaram fechados com um grupo do Sinpol concentrado na porta da sede, na avenida Adélia Franco, bem em frente ao Palácio de Despachos, em Aracaju. Já no Instituto de Criminalística, não ocorreu muitas mudanças, segundo o coordenador da Coordenadoria Geral de Perícia (Cogerp), Adelino Lisboa.
Os peritos e o próprio coordenador do Cogerp admitem que os trabalhos já vêm sendo comprometidos devido ao pequeno número de servidores dedicados à perícia técnica. O coordenador do Cogerb informa que o Instituto de Identificação não conseguiu reunir efetivo suficiente para iniciar o expediente nesta segunda-feira, 10. “E, sem efetivo, não adiantava iniciar o expediente”, justificou.
Ele adverte que todos os servidores que não trabalharam nesta segunda-feira, 10, e que não apresentaram justificativa terão o ponto cortado.
O Sinpol informa que em se tratando de mortes, todas as atividades relacionadas a este tipo de ocorrência não sofreram alterações. “Uma forma que os servidores encontraram para minimizar o sofrimento das famílias vitimadas”, explica Fábio Dantas.
Greve geral
As atividades serão normalizadas a partir das 19h, mas os servidores do Cogerp permanecem mobilizados. O Sinpol adverte que é apenas uma manifestação para mostrar o grau de descontentamento da categoria com o governo.
Caso não haja entendimentos nesta semana, o Sinpol promete uma paralisação de 24h em todos os quatro institutos no dia 17 [segunda-feira da próxima semana] e de 48h no dia 24, na perspectiva de avaliar o indicativo de greve por tempo indeterminado em assembleia geral que acontecerá no próximo dia 26.
A mobilização dos servidores, segundo o Sinpol, está associada a postura do governo, que já sinalizou pela abertura de canal de negociação. Segundo o Sinpol, já está agendada reunião entre sindicalistas e representantes do Governo para esta segunda-feira, 10. A reunião deve acontecer às 17h.
Reivindicação
A pauta de reivindicações do Sinpol se restringe à constituição de um grupo de trabalho formado paritariamente por representantes do governo e da classe trabalhadora para por fim à instabilidade funcional causada, segundo explica o presidente em exercício do Sinpol, pelo desvio de funções.
Na ótica do coordenador do Cogerp, Adelino Lisboa, a reivindicação é justa. Ele torce por entendimentos com o governo. “O pleito é justo porque permite o policial trabalhar de forma técnica na investigação criminal”, analisa.
Por Cássia Santana/Infonet
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