Funcionário fica baleado em assalto na Coroa do Meio
Mais uma casa comercial foi assaltada na Coroa do Meio. O crime aconteceu em uma farmácia, no início da noite desta segunda-feira, 10, momento em que havia apenas a proprietária e um funcionário da farmácia. Um dos assaltantes disparou um único tiro que atingiu o funcionário, de 63 anos.
Socorrido por um funcionário de um outro estabelecimento comercial, a vítima foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atentimento (UPA) Zona Sul [Fernando Franco] e, de lá, transferido para o Hospital de Urgência de Sergipe (Huse). “Tinha um enfermeiro que estava lá no acarajé que observou e disse que ele podia sair andando e levado em um carro”, comentou uma comerciante.
O funcionário de um outro estabelecimento comercial não hesitou e optou por não esperar a equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), levando-o em veículo particular à UPA do conjunto Augusto Franco. “Sorte que o projétil não atingiu nenhum órgão e ele não teve hemorragia”, comenta a comerciante, proprietária da farmácia assaltada.
De acordo com informações da Assessoria de Comunicação do Huse, o estado do senhor atingido pelo projétil é considerado estável, mas ele ainda continua internado na área verde trauma em estado de observação. Ainda não há previsão de alta médica, segundo a assessoria.
Os assaltantes fugiram sem levar nada. Eram três, segundo a proprietária do estabelecimento. Aparentemente, os três tinham idade inferior a 18 anos, segundo testemunhas. O primeiro entrou e logo apontou a arma de fogo, focando o funcionário. Em seguida, entraram os outros dois. Supõe-se que os três chegaram ao local usando bicicletas.
Assustado, o funcionário repetiu: “É um assalto, pronto. É um assalto”. Mas o assaltante não se conteve e disparou a arma. “Não sabemos se ele disparou a arma por perversidade ou por nervosismo”, comenta a proprietária.
Pavor
Na área onde aconteceu o assalto, os comerciantes estão apavorados. Eles concedem entrevistas, relatam os episódios mais marcantes, mas se recusam a ser identificados temendo represálias dos criminosos. “Já estou pensando em colocar uma grade de ferro aqui, porque os assaltos estão demais”, comentou um comerciante, dono de um estabelecimento instalado nas proximidades da farmácia assaltada.
Os comerciantes não têm dúvidas: há uma quadrilha que atua na região, inclusive com participação de traficantes que residem naquele bairro. “Eles ficam aqui monitorando, dando informações para outro pessoal que vem pra cá cometer os assaltos”, diz um outro comerciante. “Eles nem respeitam o bairro onde moram. Eles ficam nas esquinas e estão sempre armados e ainda usam crianças para entregar drogas. Tem gente que já se desfez do comércio aqui e até vendeu a casa por causa desses criminosos”, revela.
Uma comerciante revela que atua no comércio naquele local há 23 anos e, neste período, o estabelecimento já foi assaltado mais de 30 vezes. “E sempre agem da mesma maneira. Chegam com bicicletas velhas e sem freio e vêm com muita velocidade, invadindo e apontando armas”, comenta. “E ainda ficam zangados quando encontram pouco dinheiro”.
Policiamento
Os comerciantes reclamam da falta de segurança, mas garantem que há um esforço dos policiais que atuam naquela região. “Mas o efetivo é pequeno. É apenas uma viatura para atender a Coroa do Meio, toda a orla e também a Atalaia. Assim fica difícil, não dá para fazer milagre”, diz uma comerciante.
O tenente-coronel Jackson Nascimento, comandante do Policiamento Militar da Capital (CPMC), revela que há uma viatura que atua de forma exclusiva na Coroa do Meio, mas também não esconde as dificuldades. “É um bairro populoso e grande e os criminosos buscam oportunidade, atuando quando a polícia se afasta. Mas temos feito o policiamento ostensivo e preventivo em todo o bairro”, diz o coronel.
Para o tenente-coronel, está faltando cooperação da comunidade. “As pessoas também devem colaborar. Se elas sabem identificar as pessoas suspeitas, que façam as denúncias, que repassem informações para que, juntamente com a Polícia Civil, possamos atuar e combater o crime”, diz.
As denúncias, segundo o tenente-coronel, devem ser transmitidas por telefone [190 – Ciosp (Centro Integrado de Operações em Segurança Pública) e 181 – o Disk Denúncia da Polícia Civil].
Por Cássia Santana/Infonet
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