‘Febre do Rato’ abre Mostras Competitivas do Curta-SE 12
Nesta terça-feira, 18, o Festival Iberoamericano de Cinema de Sergipe (Curta-SE) continua suas atividades. O festival exibirá a 1ª Mostra Competitiva de Longas, no Cinemark Jardins a partir das 21h10 com o filme ‘Febre do Rato’.
Dirigido por Cláudio Assis, ‘Febre do Rato’ conta a história de Zizo (Irandhir Santos, de ‘O Senhor do Labirinto’), um poeta inconformado e de atitude anarquista que vive de um tabloide onde publica suas filosofias de vida. Quando conhece Eneida (Nanda Costa), uma instigante jovem de 18 anos, Zizo vê o seu mundo transformar-se. Da mesma forma, ‘febre do rato’ é uma típica expressão recifense que designa alguém que está descontrolado, tal como o protagonista em ascensão.
Preto-e-branco e anarquia
Rodado em preto-e-branco, o longa mostra o Recife como uma cidade bucólica. Não corresponde a uma cidade antiga (mesmo com suas locações no Recife Antigo), mas dificilmente seria enxergada como a grande metrópole atual. “Para nós, o preto-e-branco ajuda a você a ouvir a poesia”, explica Cláudio Assis. E, como ‘Febre do Rato’ é acima de tudo um filme sobre poesia, a fotografia de Walter Carvalho funciona maravilhosamente bem ao destacar a alegria e melancolia daqueles boêmios personagens.
Mesmo com apelo poético, Cláudio explica que ‘Febre do Rato é um filme anarquista. “Quero dar coragem as pessoas. Mostrar à juventude que ainda é possível fazer filme dessa qualidade, sem seguir regras ou padrão de cinema. É preciso fazer mais. Você sempre pagará um preço pelo que faz, são as consequências, mas também sempre valerá a pena”. O cineasta também ressalta a importância da mudança e explica o que quer passar. “Eu faço um cinema sem compromisso, um filme de ideias, que provoque para fazer pensar”, disse.
Homenagem
Inicialmente Cláudio Assis pretendia rodar ‘Febre do Rato’ após seu primeiro longa-metragem ‘Amarelo Manga’ (2002). No entanto, o primeiro tratamento escrito a seis mãos por Xico Sá, Hilton Lacerda e o próprio Assis trazia um contexto urbano similar com ‘Amarelo’. Destinado a fazer algo diferente, o diretor preferiu seguir para a Zona da Mata pernambucana, onde realizou ‘Baixio das Bestas’ (2006) obra que retrata o machismo e a violência sexual enraizada naquela região do estado.
A produção de ‘Baixio’ também serviu para que Cláudio conhecesse o trabalho de Irandhir Santos, levando a uma nova parceria com o ator desta vez escalado como protagonista da estória. Zizo, por sinal, é personagem baseado em um antigo colega de faculdade do diretor. “Já tínhamos essa ideia de personagem do poeta e da poesia, mas não sabíamos quem ele era ainda. Daí Xico [Sá] sugeriu que ele poderia ser Zizo, um colega nosso de faculdade, um escritor marginal e anarquista. Não é algo biográfico ou autobiográfico, como muita gente pensa. Mas sim, uma homenagem à figura dele”, esclarece. O Zizo verdadeiro, inclusive, aparece brevemente durante a cena do bar com o personagem Boca Mole (vivido por Juliano Cazarré).
‘Febre do Rato’ ainda conta com Matheus Nachtergaele, Maria Gladys e Ângela Leal no elenco, e sua trilha sonora é assinada por Jorge Du Peixe (idealizador e vocalista da Nação Zumbi).
Curta+SE 12
O Curta+SE 12, incentivado pela Lei de Incentivo à Cultura, tem patrocínio da Petrobras, co-patrocínio do Banese, apoio cultural do Banco do Nordeste, Cinemark e Governo do Estado, e apoios da Cia Rio, Canal Brasil, Shopping Jardins, Cinerama Brasilis, Megacolor, Sebrae/SE, APBITv, Pipa Distribuidora, Nova Digital, Tv Sergipe, Estúdios Mega, CBC, FICC, CNC, Revista Preview, Raça Brasil, Canne, Emsetur, Infonet, Fórum dos Festivais, Ativa Impressão Digital, Porta Curtas, Maria Cheirosa, Líder Lab , Curso Mater Day, Projeto Tamar, Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Secretaria de Estado da Cultura, Pontão Digital Avenida Brasil, Ponto de Cultura Figuras em Trânsito, Atração Gravadora, Prefeituras de Estância, Laranjeiras e São Cristóvão, Segrase, SESC SE, Mix /SE e Fest’A Film. O festival, selecionado pelo programa Petrobras Cultural, é uma realização da Casa Curta-SE e Secretaria do Audiovisual / Ministério da Cultura/Governo Federal – País rico é país sem pobreza.
Fonte: Assessoria de Comunicação
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